E está chegando o natal... Uma época mágica, que deixará marcas no ano de 2011.
As famílias se encontram em volta de uma mesa, se reconciliam, se divertem, desejam felicidades uns aos outros. Uns se alegram com a quantidade de presentes, outros não esperam a hora de rever a família, outros relembram o nascimento de Jesus, e eu ao contrário de todos os anos não estou participando da DELICIOSA correria dessa época! Eu particularmente amo o natal e tudo e qualquer coisa relacionada a data!
Mas esse ano as coisas estão difíceis, eu tento fugir da tristeza que se instala aos poucos em cada canto da minha casa.
Minha mãe, uma mulher enérgica, SEMPRE alegre e de bem com a vida, está sem a menor animação para as festas de final de ano, meus irmãos vivendo suas vidas e tentando melhorar a situação como podem e meu avô avançando o estágio de sua doença como já era de se esperar...
Sim! Realmente todos nós já esperávamos pelo momento em que ele deixaria de responder completamente pelos seus atos. Aos poucos estamos perdendo aquela pessoa que mesmo com todos os problemas relacionados à sua lucidez sempre foi MUITO forte!
(...seu corpo estava perfeito. Mas esse corpo era controlado por uma mente que se desmanchava...)
"...Em meio ao cérebro destroçado, há escaninhos intactos..."
[O lugar escuro - Heloísa Seixas]
Ela a pessoa que eu mais amo no mundo, demonstra desgaste físico e mental há algum tempo e hoje eu a presenciei frágil e cansada chorando com o rosto entre as mãos, meu coração está apertado.
Nesse momento ele está sendo levado ao hospital no carro do meu pai, saiu sendo carregado, e pra quem já passou por essa experiência a cena é angustiante.
Eu oro e peço que diferente do que aconteceu com a minha vózinha, ele vá e volte sorrindo, mesmo que seja falando besteira em cima de besteira, mas volte e SORRINDO!
E nesse momento eu me lembro de alguém que um dia olhou nos meus olhos, sorriu e disse: "eu cuido dele! Eu passeio com ele, ahhh eu falo inglês pra ele, quem sabe ele entende?", e fez a carinha mais linda que eu já vi na minha vida!
E mesmo nesse momento, eu penso que o aperto no peito diminuiria ou pelo me reconfortaria se ele estivesse aqui, porque ele foi um "desconhecido" que se importou, que entendeu a minha dor e se ofereceu pra me ajudar da forma mais simples e mais linda do mundo!
Isso pode parecer fútil e adolescente, mas é que te preciso pra segurar minha mão e dizer que tudo vai dar certo e quando eu "realista" como sempre, lhe perguntar: "E se não der?" - você me responda : "Se não der, eu estarei sempre aqui, não só pra segurar sua mão, mas te amparar por inteiro!"
Enquanto isso eu converso com Deus e peço: "Senhor cuida de mim, da minha casa, da minha família e dele!"
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